Apesar da Organização desta prova não ser consensual, nunca tive muitas razões de queixa. As marcações são sempre excelentes e os abastecimentos, apesar de não serem dos mais frequentes e completos, na minha opinião são suficientes no regime de semi-autonomia que é anunciado. No UTML do ano passado notei que não houve controlo ao longo da prova (pelo menos que tenha dado por isso) em termos de recursos, se calhar necessário na zona das arribas, e a ausência de meios de socorro. No entanto, o mesmo já não aconteceu no OMD e passámos várias vezes por equipas de bombeiros em pontos estratégicos. Além disso, uma semana antes é-nos sempre enviado um manual com informações relevantes, bem como o mapa do percurso, mapa dos abastecimentos com indicação das distâncias muito precisa e gpx.
E gosto das t-shirts deles. É uma mariquice acessória que vale o que vale, mas é uma recordação a que dou uso e agradeço o cuidado no design e no corte feminino no modelo das senhoras.
Quanto à minha prova, levei 13h50 minutos a concluí-la mas, apesar de tudo, fiquei muito contente com a minha prestação porque foi sempre em crescendo. Ou seja, do primeiro ao último abastecimento fui sempre a recuperar lugares na classificação. Sabem o que isso significa, não sabem? Mais uns 100km e ganhava aquilo tudo! Muahahah... :) (Ainda a delirar, não liguem...)
Agora em assuntos mais sérios: como puderam depreender pela crónica, esta prova não foi fácil para mim em termos digestivos. Sentia-me mal disposta, o que foi piorando ao longo do dia, até chegar ao ponto de não conseguir comer mais nada. Felizmente, consegui terminar sem problemas de maior. O pior foi quando se esgotou a adrenalina. Quando terminei a prova, e já a caminho do hotel, comecei a ter ataques de vómito não concretizado. Não conseguia dar dois passos sem ficar logo agoniada. Parava e ficava melhor, mas bastava tornar a dar dois passos para voltar ao mesmo. Por causa disso, ainda tive de ficar uns bons cinco minutos à entrada do hotel, a apanhar ar, com medo de entrar no átrio e regurgitar as entranhas para cima do piso em carpete... Acho que, depois disso, iam adorar receber-me novamente como hóspede para o ano. ;)
Mas vamos a algumas considerações:
E gosto das t-shirts deles. É uma mariquice acessória que vale o que vale, mas é uma recordação a que dou uso e agradeço o cuidado no design e no corte feminino no modelo das senhoras.
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Medalha de finisher do OMD 70K sobre uma t-shirt da 2º etapa TCC. |
Quanto à minha prova, levei 13h50 minutos a concluí-la mas, apesar de tudo, fiquei muito contente com a minha prestação porque foi sempre em crescendo. Ou seja, do primeiro ao último abastecimento fui sempre a recuperar lugares na classificação. Sabem o que isso significa, não sabem? Mais uns 100km e ganhava aquilo tudo! Muahahah... :) (Ainda a delirar, não liguem...)
Agora em assuntos mais sérios: como puderam depreender pela crónica, esta prova não foi fácil para mim em termos digestivos. Sentia-me mal disposta, o que foi piorando ao longo do dia, até chegar ao ponto de não conseguir comer mais nada. Felizmente, consegui terminar sem problemas de maior. O pior foi quando se esgotou a adrenalina. Quando terminei a prova, e já a caminho do hotel, comecei a ter ataques de vómito não concretizado. Não conseguia dar dois passos sem ficar logo agoniada. Parava e ficava melhor, mas bastava tornar a dar dois passos para voltar ao mesmo. Por causa disso, ainda tive de ficar uns bons cinco minutos à entrada do hotel, a apanhar ar, com medo de entrar no átrio e regurgitar as entranhas para cima do piso em carpete... Acho que, depois disso, iam adorar receber-me novamente como hóspede para o ano. ;)
Mas vamos a algumas considerações:
Material
Na foto de cima, pode ver-se algum do material obrigatório para esta prova:
- Mochila com reservatório de água de 1,5l.
- Apito (na própria mochila).
- Impermeável (que, com o calor que se fez sentir, obviamente não cheguei a usar).
- Manta de sobrevivência.
- Luz traseira vermelha (que aproveitei da bicicleta).
- Frontal.
Em relação a este último, que foi uma aquisição recente, ainda não posso fazer grandes considerações. Quando o liguei ainda estava lusco-fusco, servia mais para incidir nas fitas reflectoras e facilitar a sua localização, e quando finalmente escureceu já estava na cidade e as luzes da iluminação pública quase que tornavam o frontal desnecessário. De qualquer forma, e apesar de ser de gama média, a intensidade da luz não tem nada a ver com o que tinha anteriormente. Será com ele que irei fazer o TNLO, portanto depois terei uma opinião mais fundamentada sobre o mesmo. E talvez ainda tenha a possibilidade de o testar em algum treino nocturno até lá.
Restante material:
- Termo de responsabilidade (que acabou por não ser necessário).
- Gráfico do percurso com anotações bonitinhas, que depois plastifiquei para levar comigo na prova e ter alguma referência quando ficasse sem GPS (acabei por me esquecer e deixar no quarto do hotel, BOA...).
- Protector solar (previsão de 35º...).
- Vaselina.
- 2 Brufen (just in case... Mas não foi necessário e acabei por dispensar um, a um atleta que me pediu)
- Reserva de alimentos*.
*Em relação aos alimentos, estes merecem a sua própria secção.
Equipamento principal
- Mochila Salomon Advanced Skin (ando há que tempos para vos falar desta mochila que é um espectáculo).
- Asics Fuji Trabuco 2
Estes ténis, apesar de serem umas autênticas pantufas e de ter terminado a prova sem uma única bolha, não têm a melhor tracção em piso rochoso. Além disso, sempre que molhados tornam-se muito escorregadios, o que também não funciona bem no dito piso rochoso. Foi uma das razões para a descida do Vale de Loriga se ter tornado uma marcha dolorosamente lenta.
Alimentação
A prova de 70 km teve 5 abastecimentos ao longo do percurso, mais 1 no final, o que eu achei suficiente. Sabia, no entanto, que em certos locais a distância entre PACs poderia levar mais de duas horas. Por exemplo: Vale do Rossim -> Torre, que me levou quase 3h30 para fazer. Assim sendo, ia prevenida e levei:
- 3 barrinhas Aptonia clak, de alperce.
- 4 géis (1 Energel Myprotein + 3 Xgel Extreme)
- 2 pacotinhos de pó da Gold Nutrition
- 1 Shot Energy (Gold Nutrition)
Ora, isto seria suficiente se eu tivesse conseguido comer alguma coisa de jeito nos abastecimentos, o que não aconteceu. Tal como indiquei no relato da prova, acordei já com alguma má disposição que não me deixou tomar o pequeno-almoço, e só piorou ao longo do dia. O calor também não deve ter ajudado. Gostava de poder fazer uma avaliação mais correcta dos abastecimentos, mas eu nem conseguia olhar para a comida quando lá chegava. A única coisa que tolerava comer, e mesmo assim de-va-ga-ri-nho, não fosse o estômago querer pôr cá para fora o seu parco conteúdo, eram batatas-fritas e bananas. Tudo o que era doce era para esquecer: marmelada, bolos... Na Torre ainda tentei comer uns pedacinhos de bôla de carne que eles lá tinham, mas saí de lá ainda com o resto do pedaço na mão e andei com ele durante vários quilómetros a ver se marchava, até que desisti e enfiei-o no bolso da mochila onde estava a guardar os invólucros vazios dos géis. E os géis... Ai, os géis...
Antes de mais, tenho de relembrar: não sou grande consumidora de géis. Sei que há atletas que juram por eles e conseguem correr duas e três ultras seguidas só com isso. Têm a minha admiração, mas eu não consigo. Quando muito, tolero um ou dois, mas depois preciso de outra opção menos doce. Neste dia na Serra, ingeri-los foi um suplício. Para o fim, quando comecei a notar que estava claramente a fraquejar mas já não conseguia comer nada, nem as barrinhas (nesta altura valeram-me as gelatinas nos abastecimentos, que curiosamente o estômago aceitou bem), metia um bocadinho de gel à boca, bochechava com água e cuspia. Sei que não é uma imagem muito bonita, mas preciso de falar disso, porque acontece. Podemos ser obrigados a desistir de uma prova, não porque estejamos exaustos ou com dores musculares ou lesionados, mas porque não estamos a conseguir ingerir calorias. Esta realidade lapalissada, que eu já conhecia mas não na primeira pessoa, assustou-me.
Depois do último abastecimento, em Lapa dos Dinheiros, até ingerir água tinha de ser aos poucos. Nesse abastecimento só consegui beber coca-cola, apesar da muita insistência, por parte da senhora que lá estava, para que comesse alguma coisa.
- Mochila com reservatório de água de 1,5l.
- Apito (na própria mochila).
- Impermeável (que, com o calor que se fez sentir, obviamente não cheguei a usar).
- Manta de sobrevivência.
- Luz traseira vermelha (que aproveitei da bicicleta).
- Frontal.
Em relação a este último, que foi uma aquisição recente, ainda não posso fazer grandes considerações. Quando o liguei ainda estava lusco-fusco, servia mais para incidir nas fitas reflectoras e facilitar a sua localização, e quando finalmente escureceu já estava na cidade e as luzes da iluminação pública quase que tornavam o frontal desnecessário. De qualquer forma, e apesar de ser de gama média, a intensidade da luz não tem nada a ver com o que tinha anteriormente. Será com ele que irei fazer o TNLO, portanto depois terei uma opinião mais fundamentada sobre o mesmo. E talvez ainda tenha a possibilidade de o testar em algum treino nocturno até lá.
Restante material:
- Termo de responsabilidade (que acabou por não ser necessário).
- Gráfico do percurso com anotações bonitinhas, que depois plastifiquei para levar comigo na prova e ter alguma referência quando ficasse sem GPS (acabei por me esquecer e deixar no quarto do hotel, BOA...).
- Protector solar (previsão de 35º...).
- Vaselina.
- 2 Brufen (just in case... Mas não foi necessário e acabei por dispensar um, a um atleta que me pediu)
- Reserva de alimentos*.
*Em relação aos alimentos, estes merecem a sua própria secção.
Equipamento principal
- Mochila Salomon Advanced Skin (ando há que tempos para vos falar desta mochila que é um espectáculo).
- Asics Fuji Trabuco 2
Estes ténis, apesar de serem umas autênticas pantufas e de ter terminado a prova sem uma única bolha, não têm a melhor tracção em piso rochoso. Além disso, sempre que molhados tornam-se muito escorregadios, o que também não funciona bem no dito piso rochoso. Foi uma das razões para a descida do Vale de Loriga se ter tornado uma marcha dolorosamente lenta.
Alimentação
A prova de 70 km teve 5 abastecimentos ao longo do percurso, mais 1 no final, o que eu achei suficiente. Sabia, no entanto, que em certos locais a distância entre PACs poderia levar mais de duas horas. Por exemplo: Vale do Rossim -> Torre, que me levou quase 3h30 para fazer. Assim sendo, ia prevenida e levei:
- 3 barrinhas Aptonia clak, de alperce.
- 4 géis (1 Energel Myprotein + 3 Xgel Extreme)
- 2 pacotinhos de pó da Gold Nutrition
- 1 Shot Energy (Gold Nutrition)
Ora, isto seria suficiente se eu tivesse conseguido comer alguma coisa de jeito nos abastecimentos, o que não aconteceu. Tal como indiquei no relato da prova, acordei já com alguma má disposição que não me deixou tomar o pequeno-almoço, e só piorou ao longo do dia. O calor também não deve ter ajudado. Gostava de poder fazer uma avaliação mais correcta dos abastecimentos, mas eu nem conseguia olhar para a comida quando lá chegava. A única coisa que tolerava comer, e mesmo assim de-va-ga-ri-nho, não fosse o estômago querer pôr cá para fora o seu parco conteúdo, eram batatas-fritas e bananas. Tudo o que era doce era para esquecer: marmelada, bolos... Na Torre ainda tentei comer uns pedacinhos de bôla de carne que eles lá tinham, mas saí de lá ainda com o resto do pedaço na mão e andei com ele durante vários quilómetros a ver se marchava, até que desisti e enfiei-o no bolso da mochila onde estava a guardar os invólucros vazios dos géis. E os géis... Ai, os géis...
Antes de mais, tenho de relembrar: não sou grande consumidora de géis. Sei que há atletas que juram por eles e conseguem correr duas e três ultras seguidas só com isso. Têm a minha admiração, mas eu não consigo. Quando muito, tolero um ou dois, mas depois preciso de outra opção menos doce. Neste dia na Serra, ingeri-los foi um suplício. Para o fim, quando comecei a notar que estava claramente a fraquejar mas já não conseguia comer nada, nem as barrinhas (nesta altura valeram-me as gelatinas nos abastecimentos, que curiosamente o estômago aceitou bem), metia um bocadinho de gel à boca, bochechava com água e cuspia. Sei que não é uma imagem muito bonita, mas preciso de falar disso, porque acontece. Podemos ser obrigados a desistir de uma prova, não porque estejamos exaustos ou com dores musculares ou lesionados, mas porque não estamos a conseguir ingerir calorias. Esta realidade lapalissada, que eu já conhecia mas não na primeira pessoa, assustou-me.
Depois do último abastecimento, em Lapa dos Dinheiros, até ingerir água tinha de ser aos poucos. Nesse abastecimento só consegui beber coca-cola, apesar da muita insistência, por parte da senhora que lá estava, para que comesse alguma coisa.
Felizmente devia ter algum combustível no depósito da reserva que, depois de abanar um bocadinho, me permitiu ter forças para acabar a prova bem. No entanto, estivesse eu a fazer os 100 km e não os 70, se calhar a história teria sido diferente.
Dos alimentos que levei ainda voltaram:
- 1 barrinha e três quartos de outra.
- 1 gel e meio.
(Estes três quartos de barrinha e meio gel são a prova de que eu estava a esforçar-me para comer!!!)
Poderia tentar arranjar explicações para esta situação: alimentação fora do habitual no dia anterior, duas noites mal dormidas, o calor... Talvez um bocadinho disso tudo, mas é sempre complicado chegar a alguma conclusão. Já tive provas em que a véspera foi muito semelhante e tal não aconteceu.
Daqui para a frente também não irei excluir totalmente os géis, já que são uma forma rápida e simples de ingerir calorias em situação de urgência, mas irei optar por versões menos doces e espessas.
Recuperação
Não me vou alongar muito, deixo-vos só com as fotos dos locais por onde a recuperação andou a ser feita...
E tenho pena de, no dia seguinte, ainda me sentir um bocado mal-disposta para comer como deve de ser, porque num restaurante em Loriga comi das melhores vitelas estufadas com batata a murro da minha vida... Até foi um crime o que tive de deixar no prato. Qual Schwarzälder Coiso que alguns de vós comem qual quê... :) Infelizmente, não há fotos.
O regresso aos treinos tem sido pacífico. Não me tem apetecido fazer corridas muito longas, o que acho que é normal, e também não tenho forçado. Andei a fazer uns ajustes na bicicleta para poder dar passeios maiores, em alternativa. Ainda tenho duas provas até às "férias", em Agosto.
Má-disposição, agonia, vómitos, indisposições gástricas e/ou intestinais em provas, já vos aconteceu, como gerem/geriram, contem-me tudo.
Dos alimentos que levei ainda voltaram:
- 1 barrinha e três quartos de outra.
- 1 gel e meio.
(Estes três quartos de barrinha e meio gel são a prova de que eu estava a esforçar-me para comer!!!)
Poderia tentar arranjar explicações para esta situação: alimentação fora do habitual no dia anterior, duas noites mal dormidas, o calor... Talvez um bocadinho disso tudo, mas é sempre complicado chegar a alguma conclusão. Já tive provas em que a véspera foi muito semelhante e tal não aconteceu.
Daqui para a frente também não irei excluir totalmente os géis, já que são uma forma rápida e simples de ingerir calorias em situação de urgência, mas irei optar por versões menos doces e espessas.
Recuperação
Não me vou alongar muito, deixo-vos só com as fotos dos locais por onde a recuperação andou a ser feita...
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Hidroterapia. |
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Crioterapia parte 1. |
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Crioterapia parte 2. |
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Crioterapia parte 3. |
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Aldeias serenas. |
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Descobri onde fica, e não é no km35! ;) |
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... |
E tenho pena de, no dia seguinte, ainda me sentir um bocado mal-disposta para comer como deve de ser, porque num restaurante em Loriga comi das melhores vitelas estufadas com batata a murro da minha vida... Até foi um crime o que tive de deixar no prato. Qual Schwarzälder Coiso que alguns de vós comem qual quê... :) Infelizmente, não há fotos.
O regresso aos treinos tem sido pacífico. Não me tem apetecido fazer corridas muito longas, o que acho que é normal, e também não tenho forçado. Andei a fazer uns ajustes na bicicleta para poder dar passeios maiores, em alternativa. Ainda tenho duas provas até às "férias", em Agosto.
Má-disposição, agonia, vómitos, indisposições gástricas e/ou intestinais em provas, já vos aconteceu, como gerem/geriram, contem-me tudo.